A aparente retomada dos eventos presenciais

Artigos e Pesquisas

By Rodrigo MachadoA retomada dos eventos presenciais parece que nunca esteve tão próxima. No último mês de julho aconteceu em Santos a Expo Retomada, um dos eventos oficiais do governo do estado de São Paulo que vai testar os protocolos e formatos do “novo normal” da indústria de eventos. Mas será que estamos preparados para o novo normal, ainda com a expectativa que ele será como o “antigo normal”?

Esses dias estava conversando com uma colega e levantamos justamente esse aspecto – a retomada do setor de eventos demandará a implantação de diversos protocolos de saúde e isolamento, necessários para o controle da pandemia. A partir do momento que os eventos forem liberados e esses protocolos implantados, a primeira segmentação de um evento será “aceito os protocolos” x “não quero me sujeitar a eles”. Não porque não sejam importantes ou necessários, mas simplesmente porque um potencial visitante de um evento talvez não queira fazer um exame PCR para entrar nele. E esse é só um exemplo.

Mesmo com os eventos liberados, uma empresa pode optar em não participar de uma determinada feira, ainda com receio de associar sua marca a um potencial foco de disseminação do covid-19, não só entre visitantes, mas também entre seus colaboradores.

Por isso, fica claro que essa transição será um processo extremamente necessário para dar folego ao setor, mas também para que nós, profissionais da área, tenhamos uma visão mais clara sobre as possibilidades do novo normal. É consenso que alguns caminhos desenhados não terão mais volta, como os eventos virtuais. Os promotores e organizadores de eventos terão que considerar essa audiência online em todas as suas ações daqui em diante, pois nós nos acostumamos a termos acesso a tudo e a todos através do ambiente online.

Um comprador que sempre visitou uma feira presencialmente, teve a chance de se relacionar com seus fornecedores no ambiente online, durante a pandemia. Pode ser que ele prefira manter essa relação daqui para frente. Sendo assim, uma feira física terá que contemplar também o ambiente digital. E, na minha opinião, isso seguirá desta forma; experiencias digitais somadas às experiencias presenciais.

Fora isso o mercado ainda está estudando as variantes do tal “evento híbrido”. Não existe um formato definido, tampouco um consenso, do que é ou será esse novo formato. A questão crucial é como gerar a mesma experiência do evento presencial no evento digital ou como gerar experiencias semelhantes. Afinal, o comprador poderá navegar em ambos ambientes. Fica mais claro que nunca, que os eventos terão que se tornar cada vez mais multicanais – marcar presença em todos os ambientes, plataformas e canais.

E mesmo que, após alguns anos, o “velho normal” que estávamos acostumados retorne, a realidade já não será mais a mesma. Muitas mudanças chegaram para ficar e temos que nos ajustar a elas. Esse é o novo desafio do profissional de eventos.

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